sábado, 17 de setembro de 2011

Jandira, SP, a Sucupira da região oeste de São Paulo

É vergonhoso para nós, os munícipes de Jandira, nos depararmos com as reportagens que todos os dias estão aparecendo nos veículos de comunicação.

Pior, enquanto isso na cidade falta saúde, falta cultura, falta respeito com o meio ambiente, falta educação só não falta corrupção, desta sim a cidade está impregnada.

Jandira vive há anos atolada no mar de lama da corrupção, mas parece que se dependermos de certos políticos a cidade continuará afundanda nesta lama.

Na sessão da Câmara do dia 13/09/2011, o vereador Cicero Amadeu Romero Duca, vulgo Cebolinha, do PSDB, mesmo partido da prefeita afastada Anabel Sabatine, disse que a prefeita só estava sendo afastada porque ela não tinha a maioria na Câmara pois se ela tivesse ela iria continuar impune como os outros prefeitos ficaram.

Isso sim é de doer, mas o pior é que ele tem razão.

E o povo o que fará? Ora o povo votará nos mesmos. O povo goscha!

Viramos motivo de piadas em todos os canais televisivos, dá só uma olhada:

http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/?c=9971&t=Prefeita+de+Jandira+reassume+cargo+dois+dias+apos+ser+afastada

A música do Zé Ramalho "O MEU PAÍS" tem tudo haver com o município de Jandira, ou será que é o município de Jandira que tem tudo haver com a música "O MEU PAÍS", escuta a letra:

http://letras.terra.com.br/ze-ramalho/400344/

ffMorais

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"CÂNCER DO BRASIL É A CORRUPÇÃO"

NÃO PODEMOS FICAR CALADOS!

Quando pequena fui surpreendida porque meu saudoso pai foi preso pelo DOICODI(Ditadura) por escrever que o "CÂNCER DO BRASIL É A CORRUPÇÃO", isso lá em meados de 1970 ... 40 ANOS ATRÁS !!!

Hoje eu me surpreendo quando analiso a atual conjuntura política brasileira e vejo que tal afirmação nunca foi tão real como atualmente.

É vergonhoso quando as pessoas que deveriam defender a LEGALIDADE; MORALIDADE; LISURA; BOA FÉ ... defendem apenas o corporativismo, a improbidade, a falta de vergonha !!!

Devemos sim, apoiar o projeto para acabar com o ANONIMATO PERNICIOSO, que fere nossos direitos e nossa dignidade.

A corrupção que assola as instituições brasileiras precisa ser combatida com maior veemência - CHEGA DE IMPUNIDADE!

TZVETANA INÊS LOUREIRO TZANKOVA
ADVOGADA E MILITANTE DO PSOL JANDIRA

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Corporativismo na Câmara dos Deputados absolve Jaqueline Roriz. Voto secreto favoreceu impunidade

 comentários:
CARÁTER, HONRA, O QUE É ISSO?

Ser probo; ético; agir com honradez, são virtudes da personalidade que devem ser inerentes a tods as pessoas.

Quando falamos de POLÍTICOS, muito mais se exige, porquanto eles são a "fotografia" do caráter do cidadão brasileiro.

Bem, quando nos deparamos com 265 votos a favor de Jaqueline Roriz, estamos diante de 265 parlamentares que estão afirmando ao povo brasileiro que o correto é ser desonesto, imoral, enganador ... Porque é isso o que eles nos disseram, quando se esconderam atrás do "voto secreto" para julgarem uma parlamentar que confessou que chegou a Câmara de Deputados fazendo o uso de "dinheiro sujo".
É exigência para o candidato a probidade, a ética, a honradez de caráter - JAQUELINE RORIZ e os 265 DEPUTADOS ANÔNIMOS não servem para nos representar no Congresso.
Diferente do defendido em favor de Roriz, o julgamento da Câmara de Deputados era sobre a MORALIDADE, exigência da legislação eleitoral para o candidato.
Destarte, dou um sugestão ao blog, vamos iniciar uma campanha pela "cassação POPULAR do mandato de Roriz", pois como todos sabem, quem outorga poder aos políticos somos nós eleitores e como a lei nos garante, se não estamos satisfeitos - FORA COM ELES!!!

TZVETANA INÊS LOUREIRO TZANKOVA
ADVOGADA E FILIADA DO PSOL JANDIRA

PSOL defende PEC do Voto Aberto e relança Frente Parlamentar pelo fim do Voto Secreto

http://psolsp.us2.list-manage.com/track/click?u=f91f0a4436b3391e1b18c3660&id=1777ad7006&e=b9d718ac3f

O deputado Ivan Valente apresentou, nesta quarta-feira 31, requerimento em que cobra a inclusão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349/2001, que institui o voto aberto, na pauta de votações da Câmara. Além disso, o deputado vai recriar a Frente Parlamentar pelo Fim do Voto Secreto.
As duas ações do PSOL objetivam retomar a campanha pelo voto aberto no Poder Legislativo, uma das bandeiras do partido pela transparência no Congresso Nacional.
(mais…)

Corporativismo na Câmara dos Deputados absolve Jaqueline Roriz. Voto secreto favoreceu impunidade

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Dos 513 deputados federais 451 compareceram à sessão da Câmara em que se votou o pedido de cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN/DF). Dos 451 presentes 166 votaram pela perda do mandato. No entanto, 265 deputados votaram não e a consequente permanência de Jaqueline na Casa. Outros 26 de abstiveram.
Mesmo com um vídeo, gravado em 2006 e só revelado este ano, em que aparece recebendo propina do esquema do mensalão do DEM do Distrito Federal, a Roriz foi absolvida pelo ato de corrupção.
“O silêncio está sendo cúmplice. Somente um parlamentar subiu à tribuna a favor da deputada que estava sob julgamento. Mas a maioria, que não falou, preferiu que ela continuasse”, disse o líder do PSOL, Chico Alencar.
De acordo com Chico Alencar prevaleceram as velhas práticas corporativistas aliadas à corrupção de alguns parlamentares. O receio dos deputados que absolveram Jaqueline Roriz era de abrir o precedente para crimes cometidos anteriores ao mandato. “Anistia-se por medo do futuro? Receber dinheiro ilegal é normal? A vida pregressa deve ser considerada sim. A imagem do parlamentar deve ser ilibada”, declarou o líder do PSOL.
Outro fator que contribuiu para a absolvição de Jaqueline Roriz foi a votação secreta. “O voto secreto é um vergonha neste Parlamento” , afirmou o deputado Ivan Valente.
O PSOL defende o fim do voto secreto na Poder Legislativo em todas as votações. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349/2001 foi votada na Câmara, em primeiro turno, em 3 de setembro de 2006, com 393 a favor e nenhum contra. Aprovada por unanimidade há cinco anos, a proposta enfrenta resistência dos grandes partidos para ser votada em segundo turno.
“A população tem o direito de saber como vota o seu parlamentar. Em nome do interesse público, da democracia, da transparência e do respeito à cidadania brasileira não dá mais para prorrogar essa votação. Voto aberto já” , defende Ivan Valente.
Votação
O acesso às galerias do plenário da Câmara foi limitado a menos de cem pessoas, com correligionários da família Roriz e integrantes de movimentos contra a corrupção.
Mais cedo, manifestantes vestidos de preto fizeram ato na frente do Congresso Nacional, pedindo a cassação de Jaqueline Roriz.
Por ser votação secreta, não era necessário que os partidos fizessem orientação de voto, mas o PSOL declarou-se a favor do parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB/SP), que pedia a cassação.
Logo após o anúncio do resultado, os brasileiros que defendiam a cassação saíram da Câmara vaiando.
Foto: Agência Brasil / Antônio Cruz.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Com 265 votos, Câmara mantém o mandato de Jaqueline Roriz

Câmara absolve Jaqueline Roriz em processo de cassação


O Plenário absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) das acusações do Psol de quebra do decoro
parlamentar, segundo a Representação 1/11. Apesar dos 166 votos a favor da cassação, seguindo o parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB-SP), aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar,
esse total não foi suficiente para declarar a perda do mandato. O Regimento Interno determina a necessidade de 257 votos a favor da cassação (maioria absoluta). Houve 265 votos contra a perda de mandato. Outros 20 deputados se abstiveram.

Como vimos foram 265 deputados dizendo "SIM" para a corrupção.

Precisamos dizer "NÃO" para eles.

ffMorais

Quem foi Lauro Campos

Quem foi Lauro Campos
Fundação Lauro Campos
Sáb, 05 de Janeiro de 2008 07:25
Lauro Alvares da Silva Campos, casado, quatro filhos, nasceu em 14 de dezembro de 1928, em Belo Horizonte, Minas Gerais. filho de Carlos Álvarez da Silva Campos e Maria das Dores Brochado Campos. Faleceu em 13 de janeiro de 2003.
Em 1953, concluiu o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal de Minas Gerais. Terminou em 1958 pós-graduação em Economia do Desenvolvimento, na Universidade Pro DEO, em Roma, na Itália. O título de Doutor em Ciências Jurídicas obteve em 1963, em concurso para catedrático em Economia Política na Universidade Federal de Goiás, onde lecionou também História do Pensamento Econômico.
Moeda, Crédito e Banco e Análise dos Problemas Sociais são algumas das disciplina que ministrou na Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, entre 1954 e 1976. Proferiu aulas, como visitante, na Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 1976. Integrou o Departamento de Economia da Universidade de Brasília, de 1966 a 1991, tendo passado em 1971 ao corpo docente do Curso de Mestrado. Elaborou o projeto de criação e a estrutura do Curso de Relações Internacionais da UnB.
Eleito, pelo Distrito Federal, Senador da República para o período de 1995 a 2003, integrou como membro titular no Senado Federal a Comissão de Assuntos Econômicos (desde1995) e a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (a partir de 1999). Foi também titular da Comissão de Educação (1995-1998) , na qual depois foi suplente, condição em que atuou na Comissão de Assuntos Sociais (a partir de 1997). Participou também, como suplente, das Comissões de Fiscalização e Controle (1995 – 1996) e de Serviços de Infra-estrutura (1995 – 1998).
Crítico implacável
Formado em Direito e Economia, Campos sempre marcou seus discursos com críticas implacáveis ao neoliberalismo e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2001, quando rompeu com o PT, não poupou munição ao estilo light de Luiz Inácio Lula da Silva, então pré-candidato à presidência da República. ‘‘Ele se tornou um equívoco. O processo o atropelou, o mundo ficou muito complexo, o partido cresceu muito, chegaram os marqueteiros, os fazedores de cabeça, as eminências pardas e, obviamente, ele não tinha estrutura para resistir a isso’’, disse em entrevista à imprensa.
Ruptura com o PT
Marxista, Lauro Campos filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1981. Pertenceu à ala esquerda do partido e foi por ele que conseguiu eleger-se senador, em 1994, com 352.165 votos. Iniciou o mandato no mesmo ano em que o então aliado Cristovam Buarque assumiu o Governo do Distrito Federal. Oito anos depois, a atuação combativa no Senado e a rivalidade adquirida com Cristovam levaram Lauro Campos a uma ruptura radical com o PT.
O estopim foi a declaração do então presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, de que o ex-governador Cristovam Buarque seria o ‘‘melhor candidato’’ petista ao Senado em 2002. Campos avaliou o posicionamento de Lula como uma intervenção. ‘‘O que o Lula veio fazer aqui foi me expulsar. Eu me considero expulso. Quem está expulso, não discute’’, disse na época.
Ele queria concorrer à reeleição, mas tinha Cristovam como adversário dentro do partido. Criou-se um racha interno. No auge da crise, Lauro Campos chegou a declarar que o governo de Cristovam tinha sido pior do que o de Roriz e admitiu que não havia votado no colega petista para a reeleição ao GDF, em 1998.
Em 16 de abril de 2001, Lauro Campos deixou o PT e foi acolhido na legenda do PDT de Leonel Brizola.
Decepção
‘‘Sob certo aspecto, o governo do Cristovam foi mais nefasto (do que o de Roriz). Porque muita gente pensava que Cristovam fosse socialista, petista, no sentido radical do termo. Para elas, a desmoralização e a decepção com o Cristovam significam decepção com o socialismo. Mas ninguém pode se decepcionar com o socialismo diante de um governo de Roriz. A desmoralização do governo Roriz é muito menos grave que a desmoralização do governo do professor Cristovam’’, criticou Lauro, em entrevista à imprensa em dezembro de 2001.
Obra
:: Controle econômico e controle social. (Tese)

:: A crise brasileira: dois séculos de permanência, Humanidades, v. 3, n. 10, p. 15-32, ago./out. 1986.

:: A Crise da Ideologia Keynesiana. Rio de Janeiro: Campus, 1980. 335 p.

:: A crise de sobreacumulação e o imposto de renda negativo. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 de dez. 1991. Caderno Dinheiro, Seção Opinião Econômica, p. 3-2.

:: A crise e a crise da previdência. Correio Braziliense, Brasília, 28 de maio 1996. p. 17.

:: Darcy Ribeiro, o mágico. Folha de São Paulo, 2 mar. 1995. p. 1-3.

:: Do parlamentarismo feudal ao burguês-aristocrático. Momento Político, Brasília, v. 1, n. 5, p. 10, 30 abril 1992.

:: Do parlamentarismo feudal ao burguês-aristocrático-II. Momento Político, Brasília, v. 1, n. 6, p. 6, 07 maio 1992.

:: Do parlamentarismo feudal ao burguês-aristocrático. Momento Político, Brasília, v. 1, n. 11, 14 maio 1992.

:: Do parlamentarismo feudal ao burguês-aristocrático. Momento Político, Brasília, v. 1, n. 8, p. 10, 21 maio 1992.

:: Do parlamentarismo feudal ao burguês-aristocrático. Momento Político, Brasília, v. 1, n. 10, p. 4, 4 junho 1992.

:: Errando também acerta. Jornal de Brasília, Brasília, 17 março 1996. p.2.

:: "Inflação: ideologia e realidade". Discursos.

:: FHC: a fome, o desemprego, a concentração da renda e o sucateamento das estatais como soluções falsas para uma crise que se aprofunda. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1996. 56 p.

:: FHC e a reforma administrativa. Correio Braziliense, Brasília, 20 maio 1996. p.9

:: Globalização e sobreacumulação. Correio Braziliense, Brasília, 13 maio 1996. p.9

:: A inflação disfarçada de FHC. Jornal de Brasília, Brasília, 21 fev. 1995. p. 2.

:: Inflação, ideologia e realidade. Tese.

:: Malthus e Keynes: duas almas gêmeas, irmanadas na defesa do capitalismo. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1980. 61 p. (texto para discursão, n. 65).

:: Mecanismos de sustentação do crescimento: o terciário. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1973. (texto para discussão, n. 13).

:: Mecanismos de sustentação do crescimento II: as agendas. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1974. 52 f. (texto para discussão, n. 13).

:: Moeda e produção. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1991.

:: O mundo dos tijolos. Jornal de Brasília, 29 maio 1995. p. 2.

:: Narciso e o espelho político. Momento Político, Brasília, v. 1., n. 17, p. 10, 26 ago. 1992.

:: Narciso e o espelho político II. Momento Político, Brasília, v. 1., n. 21, p. 6, 8 out. 1992.

:: Palavras certeiras. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1995. 144p.

:: O PT frente a crise do capitalismo. Brasília: [s. n.], [199-].

:: Saúde: diagnóstico do diagnóstico. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1996. 13 p.

:: Uma apresentação da economia política do não. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1983. 48 f. (texto para discussão, n. 111).

:: Uma crise e vários diagnósticos: o caos brasileiro. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1982. 61 f. (texto para discussão, n. 96).
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Obituário

Morre o senador Lauro Campos

Crítico ferrenho da política neoliberal e do Fundo Monetário Internacional(FMI), o senador foi velado, a partir das 10h de 14 de janeiro de 2003, no Salão Negro do Congresso Nacional. O enterro foi à tarde na ala dos pioneiros no Campo da Esperança
Discursos inflamados e uma crítica feroz ao capitalismo foram características marcantes da carreira do senador Lauro Campos (PDT). Derrotado nas urnas em 6 de outubro de 2002 e debilitado por causa de um infarto sofrido quatro dias depois das eleições, Lauro Campos morreu às 14h30min de 13 de janeiro de 2003, no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. A assessoria de imprensa de Campos informou que ele morreu em decorrência de uma infecção hospitalar.
O senador sofreu um infarto no dia 10 de outubro de 2002, no plenário do Senado. Levado às pressas para o Hospital Santa Lúcia, não precisou ser operado. Mas teve várias complicações em seu estado de saúde durante o tratamento. Os remédios provocaram comprometimento das funções renais e hepáticas de Lauro Campos e o levaram a outras internações. No dia 10 de dezembro, a família decidiu transferi-lo para o Incor. Campos passou o aniversário de 74 anos, comemorado no dia 14 de dezembro, internado.
Na véspera do Natal, a equipe médica do Incor deu alta ao senador, mas ele nem chegou a ir para casa. Uma febre levantou a suspeita de infecção e obrigou-o a permanecer internado. A partir daí, seu estado de saúde só piorou. A febre não cedeu com medicação. Ele teve de ir para a UTI e permaneceu em coma induzido por vários dias até morrer.
O advogado Ulisses Riedel de Resende assumiu a vaga de Lauro Campos no Senado por 17 dias, até a posse dos senadores eleitos em 2002.
Repercussão
‘‘O cenário político brasileiro e o PDT perderam um de seus maiores expoentes: o senador Lauro Campos. É com muito pesar que recebo a notícia de seu falecimento.”
Miro Teixeira (PDT), Ministro das Comunicações
‘‘Lauro Campos sempre lutou por seus ideais. Mesmo divergindo de suas idéias, aprendi a respeitá-lo e a admirar sua postura intransigente na defesa de suas idéias. É uma perda para o Distrito Federal.’.
Joaquim Roriz, Governador do DF
‘‘Estou convocando todos os militantes do partido para participar das últimas homenagens ao senador, um homem sério, competente e lutador. É uma liderança nacional do DF que sempre foi motivo de orgulho para o PT.’’
Wilmar Lacerda, presidente do PT-DF
‘‘Era uma pessoa íntegra, ligada aos princípios democráticos. Com um comportamento claro e decidido, manteve o discurso de oposição ao governo passado. A oposição perdeu um ferrenho defensor’’
Lindberg Cury (PFL-DF), Senador
‘‘Ele foi um homem muito correto, que prestou um grande serviço a Brasília e ao Brasil’’
Paulo Octávio (PFL-DF), Senador
Fonte: Correio Braziliense, 14/01/2003.
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LAURO CAMPOS (1928-2003)

A homenagem que a mídia não fez


Ivo Lucchesi (*)

Corretíssimo está o jornalista Alberto Dines quando defende radicalmente a inexistência de qualquer censura à imprensa. Não menos certo, ao afirmar que, em lugar da censura, há de vigorar o permanente estágio de vigília crítica sobre os passos dados pela mídia, sendo, aliás, esta a função do OI. É, portanto, perseguindo tal propósito que não se pode deixar de registrar omissão recente.

É sabido de longa data que, resguardadas as exceções de sempre, a parceria entre mídia e intelectual é, no mínimo, tensa ou conflitiva, principalmente no Brasil das últimas três décadas. É possível que a responsabilidade caiba a ambas as partes. A apuração mais criteriosa acerca desse fato requereria escrita de outra ordem. No caso, pretende-se apenas assinalar o melancólico tratamento jornalístico que a "grande imprensa" destinou ao falecimento, em 13 de janeiro deste ano, de um dos mais ilustres, talvez o mais completo, membro do Senado: refiro-me ao senador Lauro Campos (PDT-DF). Nele se harmonizavam a envergadura intelectual, a retidão do caráter e a combatividade, cuja origem provinha de alentados estudos e de não menos enraizadas convicções. A cada participação na tribuna, correspondia uma riquíssima aula para uma platéia nem sempre à altura. Enfim, o senador permitia, com sua retórica, que outros absorvessem um pouco mais de conhecimento, ainda que, para a maioria, o fosse desnecessário. A "grande imprensa" nada lhe dedicou fora de burocráticos e habituais obituários. Perdeu-se oportunidade, como poucas, para enaltecer-se a figura de um político destituído de qualquer sombra inoportuna capaz de acinzentar-lhe a luminosa trajetória de décadas.

Pobre jornalismo aquele que não desenvolve a sensibilidade para perceber quando, de maneira efetiva, pode tornar-se um instrumento de ativa contribuição para o caráter nacional. Sabendo-se que, para a maioria da população, a figura do político não goza da mais plena credibilidade (e não faltam razões para isso), essa era a hora de oferecer-se a essa mesma população o contraponto, evitando a corrosão progressiva e de efeitos perigosos a todos. É óbvio que propinas desviadas para a Suíça devam merecer diligente acompanhamento e intensa investigação. Todavia, esse foco não exclui o reconhecimento de quem, na vida pública, exerceu sua função com mais plena dignidade. Infelizmente, a morte do senador passou ao largo, em simplórias e marginais matérias informativas. Que pena.

Mídia e o político intelectual

O negligenciamento com o qual a mídia tratou o falecimento do senador não difere daquele que ela lhe conferiu em vida. Afora episódicas aparições, por conta de livros publicados, Lauro Campos, ao longo de seus mandatos, jamais foi escolhido para ser exposto a refletores ou a gravadores. Em outras palavras, não era o político palatável ao tempero midiático, diferentemente de outros que sempre estão na vitrina. Por outro lado, nenhum fato ao redor da vida do senador oferecia enredo interessante para uma novela lacrimejante ou de perfil detetivesco. Ou seja, por ser correto e intelectual, não poderia ser contemplado com o benefício do suporte midiático, sempre à espreita do próximo escândalo ou desvio de conduta. Volto a frisar: nada contra, mas que se realce a outra face, sob pena de sucatear a ainda frágil democracia brasileira.

Outro ponto merece comentário. O descaso da mídia já fora antecipado pelo alto escalão do PT, partido do qual, desde a fundação, Lauro Campos fora signatário – elo que teve de ser desfeito quando, em abril de 2001, a cúpula do PT achou mais oportuno optar pelo nome de Cristovam Buarque. Ao então senador Lauro Campos não restou outra opção além da saída. Triste do partido que para preservar um perde outro. Feliz do partido que pode escolher entre dois belos nomes. A realidade, por vezes, cria injustas injunções... O emérito professor de Economia Política da UnB acabou ingressando no PDT. Com a nova legenda, o senador conheceu a amarga recusa do eleitorado do Distrito Federal, que preferiu, além da merecida vaga obtida por Buarque, dar a outra ao senhor Paulo Otávio (PFL). Lauro Campos foi relegado à humilhante quarta votação nas eleições de outubro passado. Enfim, desvios do jogo eleitoral produzem distorções que exigem acatamento. Tomara que os eleitores brasilienses não se arrependam tardiamente. Afinal, eles poderão consolar-se com os eleitores cariocas que levaram ao Senado o "amado pastor", deixando de fora nomes como o de Leonel Brizola e Artur da Távola (Paulo Alberto Monteiro de Barros). É curioso que, entre os três excluídos, algo de comum haja: história e conhecimento.

Entre o casamento e o divórcio


O que efetivamente aqui se está tentando pontuar é o divórcio entre a mídia e o intelectual. Que razão obscura insiste em lançar ao ostracismo aquele que criticamente se posiciona? Que mal profundo a voz independente pode produzir à rede corporativista? Quais concessões são exigidas pela mídia para, em troca, dar visibilidade? Nesse momento da vida brasileira em que se mobiliza o sentimento de "esperança" e de "transformação" (será?), talvez se faça oportuna uma revisão profunda quanto a certos procedimentos e compromissos.

Em clima de injetada esperança – e que não seja traída por enganosas mudanças –, não será papel da mídia, ao invés de diariamente focalizar abraços e beijinhos, casar-se com o refortalecimento da inteligência, como valor com o qual uma nação possa aspirar à efetiva autonomia? Será, por outra, que a mídia (ou, pelo menos, a "grande imprensa") insistirá em joguinhos de "disse-me-disse" e outras picuinhas mais? Está aí. A hora para mudança é agora. Recusada, vingará, como sentença, a afirmação de Lauro Campos, quando de seu desligamento do PT: "Não há mais uma consciência crítica".

Ainda que a mídia não venha a fazer a sua parte no "pacto da mudança", poderá o (e)leitor colaborar consigo mesmo lendo três primorosas obras desse mais que senador – um intelectual dedicado ao aprimoramento do pensamento crítico. Em 1980, Lauro Campos publicou A crise da ideologia keynesiana; em 1991, O PT frente do capitalismo. Por fim, em 2001, em obra à qual o senador intelectual dedicou mais de década de estudos e revisões, foi lançado A crise completa: a economia política do não. Sem dúvida é sua obra mais completa e madura, na qual sinaliza horizontes preocupantes com base em criteriosa análise sobre os rumos econômicos e políticos da contemporaneidade, destacando o "império das não-mercadorias".

No mais, fique o agradecimento por uma vida exemplar, como intelectual e político. Lauro Campos era o símbolo que melhor encarnava a relação entre o conhecimento e sua destinação pública. O lamento profundo é o de saber que os espaços da política brasileira não foram justos quanto ao potencial de uma figura pública tão preparada quanto – da maioria – desconhecida. Que mais poderá haver a lamentar, sob a atmosfera dos alegres "Tristes Trópicos"?

(*) Ensaísta, doutorando em Teoria Literária pela UFRJ, professor-titular da Facha, co-editor e participante do programa Letras & Mídias (Universidade Estácio de Sá), exibido mensalmente pela UTV/RJ
Fonte: Observatório da Imprensa

Fundação Lauro Campos   
Sáb, 05 de Janeiro de 2008 07:25


Fundação Lauro Campos   
Sáb, 05 de Janeiro de 2008 07:25


Fundação Lauro Campos   
Sáb, 05 de Janeiro de 2008 07:25

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Impunidade para quem?

Política

Impunidade para quem?
Fundação Lauro Campos - Socialismo e Liberdade
Para entrar em contato, escreva para fundacao@socialismo.org.br
Seg, 08 de Agosto de 2011 18:21


Impunidade para quem?
Heloísa Helena
  
Os velhos humanistas espanhóis propagavam em belo enunciado que as leis ao serem aplicadas deveriam ser flexíveis para os fracos, firmes para os fortes e implacáveis para os contumazes. Na realidade, dos nossos tristes e violentos dias, os fracos enfrentam o rigor das leis ou a própria barbárie em que eles estão inseridos enquanto que os poderosos e contumazes sempre conseguem usufruir da flexibilidade da legislação e das benécias do poder para consolidar a vergonhosa impunidade. Vez ou outra – tipo um em um milhão - é que um desses poderosos é condenado até para salvaguardar o próprio sistema e sua podridão! Em outro texto – antigo e bastante atual – o Pe. Antonio Vieira alertava que até Jesus tratava de forma diferenciada o ladrão pobre do ladrão rico... Para Dimas - pobre e por isso mesmo crucificado com Ele e que nada tinha a restituir - o perdão imediato em "Estarás comigo hoje na Casa do meu Pai!"... Para Zaqueu - rico não por trabalhar, mas por muito roubar - o perdão só veio mesmo quando ele se assumiu como ladrão e se comprometeu a restituir quadruplicado o que tinha roubado! O texto é de 1655, mas muito atual ao mostrar a metodologia dos "príncipes" que conjugam de todas as formas e modos o verbo roubar e costumam não restituir o dinheiro público vorazmente roubado e até ousam restituir aos cargos aqueles igualmente mal acostumados na conjugação do tal verbo. Segundo o referido Padre vão todos para o inferno e eu sempre fico a me perguntar se haverá braseiro suficiente pra tanto político cínico e ladrão... por isso prefiro lutar para que essas excelências delinqüentes sejam devidamente condenados, como manda a legislação em vigor no país, na experiência terrena mesmo!
Mas analisemos a situação concreta – e alternativas de reversão – de quem está sendo cotidianamente condenado de forma implacável, sem julgamento, sem conhecimento das motivações e vivenciando as penalidades, sem possibilidade de superação dos dramáticos momentos do cotidiano e sem mecanismos objetivos de ressocialização se já formalmente encarcerados. Existem milhões de seres humanos em nosso país (Alagoas ostenta os piores indicadores sociais) que nasceram em comunidades vulneráveis socialmente nas periferias e são condenados à miséria humana (que é infinitamente mais infame que a pobreza absoluta). Foram condenados a nascer em condições absolutamente precárias - e se não foram jogados numa calçada em noite fria ou numa lata de lixo – foram condenados a ter como chão para suas brincadeiras os esgotos a céu aberto... Foram condenados a morar num casebre sem lençóis limpos e perfumes delicados, compartilhando camas com adultos onde a sexualidade precoce é estimulada ou a maldita iniciação sexual é ditada pelo abuso e exploração na pedofilia... Foram condenados a não manusear a textura dos papéis de livros cheios de estórias e desenhos maravilhosos que poderiam até encantar e suavizar as suas próprias histórias dilacerantes de dias e dias de gritos, espancamento, alcoolismo e outras drogas, destruição de laços afetivos familiares e tantas outras situações angustiantes... Foram condenados a perderem seus nomes e a ingenuidade da identidade infantil, pois logo cedo foram "incluídos" como aviãozinho, fogueteiro, mula do pequeno e maldito tráfico de drogas – conduzido por pequenos bárbaros - para fomentar a imensa riqueza de uma canalha muito rica e poderosa, que vive muito distante das favelas e movimentam bilhões de dólares com as drogas psicotrópicas lícitas ou não... Foram condenados nos presídios imundos a se tornarem depósitos de AIDS, tuberculose, hepatites, hanseníase e a serem estuprados e violentados na sua dignidade pelos chefes dos presídios - que já barbarizados pela vida - criam verdadeiras "escolas" de crimes e perversidades para a grande maioria que lá está por ser pobre e por ter praticado pequenos delitos e acaba saindo do cárcere com "diploma" de assassino potencial.
Quais as opções a serem assumidas e implementadas por uma sociedade que se apresenta como moderna e civilizada? Quais os verdadeiros compromissos de uma sociedade que se apresenta como democrática, mas admite de forma cínica e dissimulada a tirania da miséria e do sofrimento dilacerador? Quais os verdadeiros Projetos para minimizar a Violência em Prevenção – educação, música, cultura, esporte, emprego digno – e Repressão – com condições dignas de trabalho e salários para os trabalhadores civis e militares da área de segurança pública – e na Recuperação e Ressocialização – do tratamento dos usuários de drogas psicotrópicas até a capacitação profissional e inserção econômica... Quais as Metas e Prazos e Cronogramas para a implementação das Ações, Projetos, Leis? Volto a insistir na necessidade de implementação de Políticas Públicas voltadas para intervenções globais em comunidades vulneráveis socialmente antes que a indigência social e a miséria humana aniquilem as possibilidades, de talento e vida digna, para milhões de crianças e jovens que podem acabar vivenciando apenas o triste e perverso decreto das gerações perdidas. Sempre lutei muito por tudo isso – com Projetos, Emendas ao Orçamento, Propostas Concretas – mesmo sendo incompreendida pela inocência de alguns e atacada pelos sórdidos vigaristas das gangues políticas que não aceitam conviver com quem não é domesticada pelo banditismo deles. Continuo lutando e acreditando que é possível resgatar o que de melhor e mais belo ainda possa existir especialmente nas crianças e jovens – em situações de risco - antes que a vida os condene à barbárie e se encarregue de afastá-los definitivamente da solidariedade, da bondade, da compaixão, do amor! Como dizia Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender e, se pode aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar!".
Heloísa Helena é vereadora pelo PSOL em Maceió (AL)

http://socialismo.org.br/portal/politica/47-artigo/2170-impunidade-para-quem