terça-feira, 24 de janeiro de 2012

As mulheres do município de Jandira

O nome Jandira é de origem indígena, vem do tupi-guarani, e significa abelha melífera. A emancipação político-administrativa de Jandira ocorreu no dia 08 de dezembro de 1963, há 48 anos atrás.

De acordo com o censo de 2010, Jandira possui uma população total de 108.436 distribuída numa área territorial de 17.523 Km2 o que resulta numa densidade demográfica de cerca de 6 habitantes por quilômetro quadrado. Ainda conforme o censo 2010, deste total de habitantes, 53.105 são homens e 55.331 são mulheres.

Apesar do nome doce e feminino e com o número de mulheres superando o número de homens em mais de 2.000, a vida das mulheres na cidade de Jandira não é fácil.

Mulheres Protestando - Di Cavalcanti
A maioria das mulheres jandirenses carrega nos ombros a responsabilidade da dupla jornada de trabalho. Elas precisam sair cedo de casa para trabalhar fora para completar, quando não manter, as finanças da casa. Quando chegam à noite em casa antes de descansar elas precisam fazer as tarefas domésticas (cozinhar, lavar, cuidar dos filhos etc.).

Além disso, muitas destas mulheres ainda são vítimas da violência doméstica. São maltratadas por seus maridos, companheiros, namorados, filhos, pais, etc. A maioria dos casos de violência doméstica nem são denunciados devido o temor que estas mulheres enfrentam dentro da sua própria casa.

Para cumprir com as suas responsabilidades estas mulheres guerreiras necessitam dos serviços públicos municipais, principalmente o de educação (creche, pré-escola e educação básica) e saúde, mas mesmo o município não possuindo e/ou não divulgando dados oficiais sobre o déficit de vagas nestes setores é notório que Jandira possui uma carência nestas áreas que há muitos anos não é suprida.

A falta de vagas nestes setores prejudica muito a mulher jandirense que muitas vezes é obrigada a faltar no trabalho porque não tem com quem deixar os seus filhos ou então porque estão a percorrer outros municípios em busca de atendimento médico para si e para os seus filhos.

Mesmo o número de mulheres sendo maior do que o número de homens, os cargos eletivos ainda são ocupados predominantemente pelo sexo masculino. São pouquíssimas as mulheres de Jandira que se candidatam para algum cargo eletivo.

No legislativo da cidade, das 11 cadeiras apenas uma é ocupada por mulher, evidenciado a desproporcionalidade e o desequilíbrio representativo.

Desde que se tornou município Jandira teve 11 prefeitos e apenas uma prefeita que na verdade era vice-prefeita e com a morte do titular ela assumiu a prefeitura.

E a bem da verdade, é importante registrar que a vice-prefeita que assumiu como prefeita não é munícipe da cidade de Jandira e talvez este seja um dos motivos que ela não consegue administrar a cidade além, é claro, da incompetência e da falta de comprometimento com o povo jandirense. Portanto, Jandira nunca foi administrada por uma mulher jandirense.

A cidade melzinho nunca foi, e continua não sendo, doce com suas mulheres que precisam batalhar todos os dias para garantir a subsistência da família e por isso não sobra muito tempo para se inserirem na vida política do município. E as vezes elas não participam da política local porque são discriminadas e/ou intimidadas.

A trajetória da mulher na história do mundo só tem provado que a conquista dos seus espaços sempre foi a custa de muita luta e muita resistência. Da mesma forma que as mulheres de outras partes do Brasil, as mulheres de Jandira também são valentes e querem um futuro melhor para si e para seus filhos e por isso precisam mudar o rumo da história desta cidade com ternura se possível ou com mão de ferro se preciso.

Para um futuro decente devemos agir no presente!




ffMorais

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O que você tem a ver com a corrupção?

O Brasil precisa de ética na política, mas para isto é necessário que os políticos do Brasil sejam éticos e isto só acontecerá se o eleitor do Brasil além de ser ético também cobrar posturas éticas dos seus candidatos.

Para o Brasil melhorar o eleitor precisa assumir a sua responsabilidade de votar em candidatos cujo compromisso seja com o bem de todos.

O VOTO é a maior arma que o eleitor possui para acabar com a corrupção na política e diante de tudo o que vem acontecendo está na hora do eleitor usar esta arma.
 
 

sábado, 14 de janeiro de 2012

CORRUPTOS X CORRUPTORES E O POVO

CORRUPTOS X CORRUPTORES E O POVO
Assim como a cadeia alimentar, a cadeia da corrupção é uma sequência de seres vivos que dependem uns dos outros para se alimentar.

Na representação da relação entre os seres vivos da cadeia alimentar nós temos os PRODUTORES, os CONSUMIDORES e os DECOMPOSITORES e na representação da relação entre os seres  da cedeia da corrupção nós temos os CORRUPTORES, os CORRUPTOS e os CORROMPIDOS.

O CORRUPTOR é o INTERESSADO na corrupção. É o detentor do poder econômico-financeiro e cujos objetivos da corrupção lhe beneficiem. É aquele que corrompe, é o subornador.

O CORRUPTO é o AGENTE da corrupção. Aquele que possui o poder, os meios, os mecanismos e as formas para fazer com que a corrupção se concretize. É alguém devasso, depravado, que se deixa corromper, que aceita ser subornado.

O CORROMPIDO é o LESADO. É a entidade, pessoa ou grupo que foi prejudicada ou foi atingida por determinada ação corruptiva.

De aordo com a Wikipédia, CORRUPÇÃO significa etimologicamente deterioração, quebra de um estado funcional e organizado e a CORRUPÇÃO POLÍTICA é o uso das competências legisladas por funcionários do governo para fins privados ilegítimos.

Conforme a Wikipédia, as formas de corrupção variam, mas incluem o suborno, extorsão, fisiologismo, nepotismo, clientelismo, corrupção e peculato. Embora a corrupção possa facilitar negócios criminosos como o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico de seres humanos, ela não se restringe a essas atividades.

O agente público corrupto só existe porque existe atuando junto com ele o corruptor, que é a grande empresa interessada na obtenção dos contratos, que por envolverem muito dinheiro são muito atraentes, mas que se tornam ainda mais vantajosos pela fraude na licitação, pelo acréscimo irregular dos custos, como também pela possibilidade de fugir ao controle sobre a qualidade das obras e dos serviços.
Para o exercício da cidadania é necessário que os indivíduos participem da vida comum. Eles precisam se organizar para alcançar o desenvolvimento do local onde vivem. Devem exigir um comportamento ético dos poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário) e eficiência nos serviços públicos. O cidadão tem o direito de não ser vítima da corrupção.

Seja qual for a forma da corrupção ela é um dos grandes males que afetam o poder público federal, estadual e municipal. Ela desvia os recursos públicos destinados a educação, saúde, segurança etc. E desta forma empobrece os municípios, os estados e o país.


Os efeitos da corrupção são sentidos na falta de dinheiro para educação, saúde, obras públicas, manutenção dos serviços da cidade etc. Sem a prestação dos serviços públicos na cidade o povo é obrigado a ir buscar estes serviços em outros municípios longe das suas residências ou então ficar sem estes serviços. Ficar sem saúde e morrer a míngua, ficar sem educação e criar os filhos analfabetos, ficar sem segurança pública e sofrer com os assaltos...


É inaceitável que a corrupção faça parte da cultura nacional, pois onde predomina a corrupção jamais irá prosperar projetos para beneficiar os brasileiros e as brasileiras das diversas localidades do país porque se as autoridades públicas responsáveis pelos projetos desviam o dinheiro público não haverá recursos para os projetos sociais, culturais ou de desenvolvimento da cidade.







O político corrupto saqueia o país e atrasa a vida dos cidadãos. Tira oportunidades de crescimento dos municípios e dos munícipes. Com o furto do dinheiro público o político corrupto tira a vida de pessoas que necessitam do sistema de saúde pública. Tira a oportunidade de progressão profissional daqueles que dependem do sistema de educação pública. O político corrupto consegue transformar em pesadelo os sonhos de todos os brasileiros.

Mas então por que e por quem estes maus políticos sempre são reeleitos?

Pois é, apesar de todo mau que causam os eleitores sempre reelegem os políticos corruptos.

Os eleitores também são grandes responsáveis por toda esta corrupção que assola o país inteiro porque vota sempre nos mesmos e pelas mesmas razões.

Mesmo sabendo que o candidato é um mau caráter o eleitor vota no dito cujo porque ele levou sua mãe, sua esposa, seu filho, sua sogra etc. para o hospital na ambulância que é mantida com o dinheiro público. Ele conseguiu agendar com rapidez, usando a influência do cargo, uma consulta com o médico da policlínica municipal. Ele conseguiu uma vaga na creche municipal. O tal candidato corrupto lhe deu uma cesta básica, arrumou o gás... É assim que o eleitor ajuda os políticos corruptos a destruir a vida de vários cidadãos e cidadãs do país.

O Brasil precisa de ética na política, mas para isto é necessário que os políticos do Brasil sejam éticos e isto só acontecerá se o eleitor do Brasil além de ser ético também cobrar posturas éticas dos seus candidatos.

Para o Brasil melhorar o eleitor precisa assumir a sua responsabilidade de votar em candidatos cujo compromisso seja com o bem de todos.

O VOTO é a maior arma que o eleitor possui para acabar com a corrupção na política e diante de tudo o que vem acontecendo está na hora do eleitor usar esta arma.

ffMorais

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Referente a Favela do Moinho - Dra Tzvetana Inês disse...

MORADIA DE BAIXA RENDA é um problema social que está "debaixo de nossos narizes" e só não tem solução pelo simples fato, FALTA POLÍTICA PÚBLICA.

Todos nós sabemos que é prática antiguissíma no Brasil de grilagem de terras por latifundiários a utilização do fogo para expulsar os pobres de suas propriedades.

É o que aconteceu na FAVELA DO MOINHO em São Paulo, que apesar do Brasil ser um "Estado Democrático de Direito", vale mais que a lei o PODER ECONÔMICO.

Não se trata aqui de um manifesto inflamado de "esquerda", mas sim a constatação nua e crua de uma realidade que não pode deixar de ser mencionada, LUTA DE CLASSES SOCIAIS.

Não é segredo de ninguém que uma ds "bandeiras políticas" defendidas pelo Prefeito Gilberto Kassab foi o PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DE SÃO PAULO.

Por trás dos ideais do resgate arquitetônico e histórico, está embutido o grande vilão da estória - ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.

O gestor do Projeto do Centro é nada menos que Andréa Matarazzo, um dos proprietários do imóvel onde se formou a FAVELA DO MOINHO.

Área privilegiada tanto para o comércio como para moradias destinadas a classe média, nada melhor do que um "trágico acidente" para "REMOVER A FORÇA" os desafortunados, "jogá-los" para os lugares escondidos dos arredores mais longíquos de São Paulo para que alguns poucos "ganhem MUITO DINHEIRO" com a especulação imobiliária.

Longe da Administração Pública paulistana aplicar as medidas jurídicas previstas na Lei 10.257/2001 (ESTAUTO DA CIDADE), medidas estas que puniriam os proprietários do imóvel que deixou de cumprir com sua função social e que por outro lado, seria a base legal para beneficiar as pessoas necessitadas na garantia do direito constitucional de MORADIA.

Utilizar o ESTATUTO DA CIDADE não compensa politicamente, já que demanda desgastes com pessoas poderosas, aliados políticos, financiadores de campanha ...

Se por um lado o administrador público NÃO USA A LEI em favor dos menos favorecidos, os maiores ineresados podem usá-los a seu fabvor e garantir sim, o tão sonhado DIREITO DE MORADIA !

USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO COLETIVO - instrumento jurídico pouco utilizado e de grande valia aos movimentos sociais.

A batalha não é fácil, já que os interesses econômicos sempre se sobrepõem aos SOCIAIS, porém a articulação dos moradores da FAVELA DO MOINHO pode dar uma destinação diferente aos interesses dos grandes ESPECULADORES IMOBILIÁRIOS!

Se de um lado temos Andréa Matarazzo contra os moradoes do moinho, por outro, temos EDUARDO SUPLICY, um Matarazzo preocupado com ideias de defesa dos menos favorecidos.

Boa Sorte MORADORES DO MOINHO, não desistam da LUTA!

Vou deixar meu contato para trocas de informações: tzvetana@ig.com.br

Saudações Libertárias,

Dra. Tzvetana Inês
Advogada e membro do PSOL Jandira

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Comunidade da Favela Do Moinho

São Paulo: Moradores da Comunidade do Moinho: Carta aberta à população
Por Comunidade da Favela Do Moinho, via CIMI- Brasil
01/01/2012
Carta aberta a População – Sob ataque violento da GCM com adultos, crianças e gestantes.

A Comunidade do Moinho ante o descaso humano do poder público municipal para o diálogo civilizado na construção de um projeto concreto de moradia, trabalho, educação e meio ambiente, vem a público manifestar-se para impedir distorções das informações.

Nossa Comunidade conhecida como a Favela do Moinho, em 2006 era compostas por 576 famílias, hoje perdemos a conta; estima-se mais de mil famílias que se juntaram a comunidade por despejos, desocupações, incêndios que ocorreram em diversas áreas da cidade, “acidentes” ou por higienização.

A Comunidade do Moinho originalmente formada por carroceiros catadores de materiais recicláveis que coletam na cidade uma média de 200 toneladas de material, sem apoio de nenhuma esfera do poder público, pelo contrário, as carroças têm sido confiscadas e os depósitos que compram materiais reciclados fechados pelo município.

O projeto que desejamos é continuar trabalhando pela cidade e meio ambiente. Não podemos ir para longe do centro onde atuamos há mais de 10 anos e nossos filhos estudam. E aqui queremos nos fortalecer criando um sistema de reciclagem organizado que gere mais emprego e renda diminuindo a vulnerabilidade dos jovens a criminalidade urbana. Além disso, construímos alianças com projetos culturais que visam à ampliação de oportunidades aos nossos jovens.

Em 27/12/2011 sob ataques violentos da GCM (Guarda Civil Metropolitana), lançamos este documento. E aqui publicamente solicitamos pela 5ª vez uma audiência com o Secretário de Habitação Municipal que não nos atende nem com solicitação de Sua Excelência Senador Eduardo Matarazzo Suplicy, para ouvir um projeto digno de vida nesta cidade.

O Bolsa Aluguel de R$ 300,00 por mês é um paliativo talvez necessário que não aceitaremos como solução definitiva. Apenas como a primeira fase de um sério programa de moradia, onde possamos garantir um presente digno e um futuro melhor para nossas famílias (e por que não para todos) que querem um cidade mais limpa, organizada e sintonizada com os modelos de sustentabilidade, que os carroceiros daqui fazem a anos mesmo sem conhecer a palavra ?sustentabilidade?.

Por isso pedimos mais educação e oportunidade! Mais diálogo e respeito pela nossa perspectiva de futuro e menos arrogância.

Comunidade da Favela Do Moinho

O Moinho Central, nome oficial dado ao conjunto de prédios de seis andares e seis silos, está localizado na Alameda Nothman, entre a rua Anhaia e a alameda Dino Bueno.

Ocupa um amplo terreno entre os dois ramais da Rde Ferroviária Federal (RFFSA), nos bairros dos Campos Elíseos, Bom Retiro e Barra Funda.

O Moinho possuia seis silos, dos quais hoje restam apenas três e prédios de seis andares que funcionou até o começo dos anos 60 quando foi  completamente abandonado.

A partir da década de 80, com os prédios em ruínas, o terreno em torno começou a ser invadido dando origem à Favela do Moinho.

Conforme relato do blog MH2O - SP HIP HOP RESISTÊNCIA, "há anos os moradores do Moinho resistem ao despejo e às intimidações, e como já virou costume nessas situações (por exemplo, lembremos aqui o caso da favela Diogo Pires, no Jaguaré, ou o caso da Favela do Real Parque, no Morumbi), um incêndio dificulta ainda mais a situação das famílias, e serve de desculpa para removê-las e impedir a reocupação da área. Nesse caso não sabemos detalhes, mas em vários outros os incêndios ocorrem na mesma época em que são contratadas grandes empreiteiras para realizar obras nessas áreas (obras que exigem a remoção dos moradores); além disso, vários desses incêndios são flagrantemente criminosos, há uma grande demora na chegada dos bombeiros, e não há qualquer investigação sobre suas verdadeiras causas. Portanto, um jeito muito eficiente para destruircomunidades pobres, que são verdadeiras “pedras no caminho” do capital imobiliário, e de seus comparsas e lacaios que povoam a burocracia estatal.

No caso do Moinho, uma vez mais a alternativa apresentada pela Prefeitura é o bolsa-aluguel de 300 reais, mas, na carta, os moradores do Moinho deixam claro que não vão engolir isso como se fosse a “solução” para suas demandas por moradia."
ffMorais